Caros Camaradas,
Eu NANI DE JOÃO PEQUENO (CRISTIANE MIRANDA), venho através desta nota informar com muitas lagrimas e dor a perda do nosso GRANDIOSO E SAUDOSO MESTRE JOÃO PEQUENO DE PASTINHA que faleceu hoje às 15hs.
Peço que tenhamos nesse momento compreensão para que com tranqüilidade prestemos nossas homenagens.
Assim que possível divulgarei mais detalhes sobre o sepultamento.
Salvador, 09 de dezembro de 2011.
Eu NANI DE JOÃO PEQUENO (CRISTIANE MIRANDA), venho através desta nota informar com muitas lagrimas e dor a perda do nosso GRANDIOSO E SAUDOSO MESTRE JOÃO PEQUENO DE PASTINHA que faleceu hoje às 15hs.
Peço que tenhamos nesse momento compreensão para que com tranqüilidade prestemos nossas homenagens.
Assim que possível divulgarei mais detalhes sobre o sepultamento.
Salvador, 09 de dezembro de 2011.
Mais uma grande perda para a Capoeira
Em 27 de dezembro 1917 nasceu em Araci no interior
da Bahia João Pereira do Santos, filho de
Maria Clemença de Jesus, ceramista e descendente de índio e de Maximiliano
Pereira dos Santos cuja profissão era vaqueiro na Fazenda Vargem do Canto na
Região de Queimadas. Aos quinze anos (em 1933) fugiu da seca a pé, indo até
Alagoinhas seguindo depois para Mata de São João onde permaneceu dez anos e
trabalhou na plantação de cana de açúcar como chamador de boi, então conheceu Juvêncio na Fazenda são Pedro, que era
ferreiro e capoeirista, foi aí que conheceu a capoeira.
Aos 25 anos, mudou-se para Salvador, onde trabalhou como condutor
(cobrador) de bondes e na construção civil
como servente de pedreiro, pedreiro, chegando a ser mestre de obras. Foi na construção civil que conheceu Cândido que lhe apresentou o mestre Barbosa que era um carregador do largo dois de julho, Barbosa dava os treinos, juntava um grupo de amigos e nos finais de semana ia nas rodas de Cobrinha Verde no Chame-chame.
como servente de pedreiro, pedreiro, chegando a ser mestre de obras. Foi na construção civil que conheceu Cândido que lhe apresentou o mestre Barbosa que era um carregador do largo dois de julho, Barbosa dava os treinos, juntava um grupo de amigos e nos finais de semana ia nas rodas de Cobrinha Verde no Chame-chame.
Inscreveu-se no Centro Esportivo de Capoeira Angola, que era uma congregação de
capoeiristas coordenada pelo Mestre Pastinha.
Desde então, João Pereira passou a acompanhar o
mestre Pastinha que logo ofereceu-lhe o cargo de treinel, isso foi por media de
1945, algum tempo depois João Pereira tornou-se então João Pequeno.
No final da década de sessenta quando Pastinha
não podia mais ensinar passou a capoeira para João pequeno dizendo: “João, você
toma conta disto, porque eu vou morrer mas morro somente o corpo, e em
espírito eu vivo, enquanto houver Capoeira o meu nome não desaparecerá”.
espírito eu vivo, enquanto houver Capoeira o meu nome não desaparecerá”.
Na academia do Mestre Pastinha, João Pequeno ensinou capoeira a todos os outros
grandes capoeiristas que dali se originaram e mais tarde tornaram-se grandes
Mestres, entre eles João Grande, que tornou-se seu Grande parceiro de jogo,
Morais e Curió.
Foi aconselhado pelo Mestre Pastinha a trabalhar
menos e dedicar-se mais a capoeira. Embora pensasse que não passaria dos 50
anos percebeu que viveria bem mais ao completar tal idade.
Tendo que enfrentar a dureza da cidade grande
João Pequeno também foi feirante, e carvoeiro chegou a ser conhecido como João
do carvão, residiu no Garcia, e num barraco próximo ao Dique do Tororó.
Sua primeira esposa faleceu, mas, um tempo depois
conheceu Dona Mãezinha no Pelourinho, nos tempos de ouro da academia de seu
Pastinha, constituíram família, e com muito esforço construíram uma casa em
fazenda Coutos, Lá no subúrbio, bem longe do Centro onde foram morar e receber
visitas de capoeiristas de várias partes do mundo.
Para João Pequeno o capoeirista deve ser uma
pessoa educada “uma boa arvore para dar bons frutos”. Para quem a capoeira é
muito boa não só para o corpo que se mantém flexível e jovem, mas também para
desenvolver a mente e até mesmo servir como terapia, alem de ser usada de
várias formas, trabalhada como a terra, pode-se até tirar o alimento dela.
João Pequeno vê a capoeira como um processo de
desenvolvimento do indivíduo, uma luta criada pelo fraco para enfrentar o
forte, mas também uma dança, cuja qual ninguém deve machucar o par com quem
dança, defende a idéia que o bom capoeirista sabe parar o pé para não machucar
o adversário.
Algum tempo após a morte do mestre Pastinha, em
1981, o mestre João Pequeno reabre o Centro Esportivo de Capoeira Angola ( CECA ) no Forte Santo
Antônio Alem do Carmo(1982), onde constitui a nova base de resistência,
onde a capoeira angola despontaria-se para o mundo, embora encontrando várias
dificuldades para manutenção de sua academia, conseguiu formar alguns mestres e
um vasto numero de discípulos.
Na década de noventa houve várias tentativas por
parte do governo do estado em desocupar o forte Santo Antônio para fins de
reforma e modificação do uso do forte, paradoxalmente em um período também em
que foi amplamente homenageado recebendo o titulo de cidadão da cidade de
Salvador pela câmara municipal de vereadores, Doutor Honoris Causa pela
universidade de Uberlândia, e Comendador de Cultura da República pelo
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
”É uma doce pessoa” é o que afirmam todos que tem
a oportunidade de conhecer o Mestre João Pequeno, cuja simplicidade, a
espontaneidade e o carisma seduz a todos que vão até o Forte Santo Antonio
conferir suas rodas, é um bricalhão, mas que também não deixa de dar uma
baquetada nos que se exaltam e esquecem dos fundamentos da brincadeira e da
dança.
A festa anual comemorativa de seu aniversário é
um verdadeiro evento espontâneo da capoeira, onde se realiza uma grande
roda,com a participação de vários mestres e membros da comunidade capoerana.
Alem de ser de impressionar a todos que tem a
oportunidade de vê-lo jogar com a sua excelentíssima capoeira e mandigagem, João Pequeno destaca-se
como educador na capoeira, uma autoridade maior na capoeiragem de seu tempo, um
referencial de luta e de vida em defesa da nobre arte afrodescendente.
Bibliografia:
Bibliografia:
Santos, João Pereira dos. Mestre João
Pequeno, Uma vida de Capoeira.
Em 1970, Mestre Pastinha assim se manifestou
sobre ele e seu companheiro João Grande: “Eles serão os grandes capoeiras do
futuro e para isso trabalhei e lutei com eles e por eles. Serão mestres mesmo,
não professores de improviso, como existem por aí e que só servem para destruir
nossa tradição que é tão bela.
A esses rapazes ensinei tudo o que sei, até mesmo o pulo do gato”.
A esses rapazes ensinei tudo o que sei, até mesmo o pulo do gato”.
Fontes : Blog do Capoeira
Portalcapoeira
Nos da Escola da Capoeiragem
Prestamos aqui as nossas Homenagens
Iê Viva João Pequeno de Pastinha
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